terça-feira, 10 de setembro de 2013

Atentados acentuam discriminação nos EUA

Os ataques às Torres Gémeas mudaram a mentalidade dos norte-americanos. Andrew e Calib, dois jovens naturais dos EUA e treinadores em Portugal de uma equipa de futebol americano portuguesa, recordaram a tragédia. 


Andrew, de 22 anos, e Calib, de 25, vieram diretamente este mês dos EUA para treinar os "Crusaders", equipa de futebol americano de Cascais. São poucas as palavras que sabem dizer em português e ainda menos as que entendem, mas não têm qualquer dificuldade em expressar o incómodo que os atentados do 11 de Setembro ainda lhes causa. “Foi um dia sombrio, triste e difícil para todos os americanos. Estava sentado na sala de aulas quando os funcionários entraram e disseram aos professores o que se estava a passar. A escola fechou, fomos para casa. Foi um dia estranho e assustador”, recorda Andrew. Nenhum dos dois treinadores perdeu familiares ou amigos na tragédia, mas conhecem pessoas que não tiveram a mesma sorte. Os cerca de três mil mortos deixaram profundas cicatrizes nos EUA e não foi só entre os americanos. “Muita coisa mudou. A segurança nos aeroportos aumentou drasticamente e criaram-se estereótipos sobre as pessoas do Médio Oriente”, explicou Calib. As comunidades mais afetadas foram a muçulmana e a hindo-americana. Cegos pelo medo e desconfiança, os norte-americanos travaram grandes conflitos racistas e chegaram mesmo a atacar uma mesquita à bomba. 


AMERICANOS EM PORTUGAL REÚNEM-SE PARA RECORDAR 11 DE SETEMBRO 
São cerca de 20 mil os norte-americanos a viver em Portugal. Apesar de estarem longe do seu país, não passam ao lado da data marcante na sua História. Pat Westheimer, uma das responsáveis pela associação norte-americana "Americans in Portugal", vai juntar na sua casa, em Cascais, todos os americanos que queiram refletir sobre o atentado. “Vamos recordar o dia, onde estávamos e o que mudou desde então. Não sei quantos americanos vão aparecer, mas parece-me uma altura importante para refletir sobre este tipo de conflitos”, disse Pat Westheimer.